Representantes de sindicatos da indústria farmacêutica brasileira não acreditam na quebra de patentes de remédios contra as chamadas doenças crônicas não transmissíveis, como hipertensão, câncer, diabetes e doenças respiratórias, defendida pela presidente Dilma Rousseff em discurso na ONU, nesta segunda-feira (19/09). Apesar de reclamarem da carga tributária incidente no setor, disseram que os laboratórios estão dispostos a conversar com o Governo sobre preços.
O vice-presidente executivo do Sindicato da Indústria de Produtos Farmacêuticos de São Paulo (Sindusfarma), Nelson Mussolini, disse que o Governo já fornece gratuitamente medicamentos contra hipertensão e diabetes pelo programa Saúde Não Tem Preço.
Segundo ele, vários remédios para câncer já tiveram a patente vencida ou que está prestes a vencer. Mussolini lembrou que a presidente Dilma afirmou na ONU que o Brasil respeita compromissos relacionados a direitos intelectuais.
“O Brasil sempre respeitou os contratos, e temos certeza de que isso vai acontecer. E existem regras de como fazer (a flexibilização)”, afirmou.
Mussolini comentou também declaração do ministro da Saúde, Alexandre Padilha, de que a simples discussão da flexibilização das regras levará à redução dos preços dos remédios.
“Isso depende de como a discussão for feita, não é com a simples notícia de que há a possibilidade de flexibilização que os preços vão cair. Os preços têm uma série de componentes. As discussões podem levar a alguma redução de preço”, afirmou Mussolini.
O presidente do Sindicato das Indústrias Farmacêuticas no Estado de Goiás, Marçal Henrique Soares, cobrou a diminuição da carga tributária sobre o setor, que, segundo ele, é de quase 40%, para permitir redução de preços.
“Precisa ver onde ele (o Governo) vai flexibilizar. A nossa carga tributária deveria ser menor, para ter um preço menor para o consumidor”, disse Soares, afirmando que não há nenhuma negociação nesse sentido no momento.
Fonte: Protec.org.br