O presidente da Agência internacional de Energia, Fatih Birol, afirmou nesta terça-feira (29) que o Brasil poderá exercer um papel de destaque na transição global para energias renováveis graças à sua produção crescente de biocombustíveis e à manutenção de participação expressiva de produção hidrelétrica em sua matriz energética.
A produção brasileira de etanol de milho, incentivada pelo programa RenovaBio, deve crescer quase 40% entre 2019 e 2024, levando o país a uma produção anual de quase 8 bilhões de litros anuais.
A marca garantirá a segunda posição entre os maiores produtores mundiais de biocombustíveis, afirmou o presidente da IEA durante palestra na OTC Brasil 2019, no Rio de Janeiro.
Mudança de patamar promovida por políticas públicas
O caso do RenovaBio é citado por Fatih Birol como apenas um exemplo da importância do ajuste de foco que a alteração de políticas públicas pode promover. O outro é a série de leilões de petróleo promovidos pela Agência Nacional do Petróleo (ANP) nos últimos anos.
Para o presidente da IEA, o Brasil assistiu a uma mudança de patamar em relação a políticas públicas para o setor de energia, mas, ainda assim, mantém uma postura modesta demais no cenário global em relação à transição energética. Ele diz que está na hora de o país ganhar protagonismo.
“É bom ser modesto, mas o Brasil tem sido modesto demais”, afirmou. “Não sejam modestos, refiram-se a vocês como um grande caso de sucesso. O caso brasileiro mostra que as políticas públicas podem mudar”.