A microgeração de energia elétrica – ou geração descentralizada – é uma tendência que vem ganhando força no Brasil. No entanto, a integração de fontes renováveis intermitentes, como eólica e solar, às redes de energia elétrica tem sido motivo de preocupação para as concessionárias, uma vez que poderá criar condições de instabilidade nessas redes – especialmente quando houver um aumento significativo da participação dessas novas fontes na geração total de energia.
Reduzir os efeitos da intermitência intrínseca da geração eólica e solar é, justamente, o foco do projeto que o CPqD vem desenvolvendo em parceria com a PHB Eletrônica, empresa nacional que atua há 31 anos no mercado de eletrônica de potência – com produtos como inversores solares, retificadores, fontes de alimentação, voltados para os segmentos de energia solar fotovoltaica e infraestrutura de telecom. Com duração de três anos (até junho de 2018), o projeto tem como principal objetivo o desenvolvimento de um sistema de armazenamento de energia em baterias de alto desempenho (BESS, do inglês Battery Energy Storage System), que está sendo conduzido pelo CPqD com recursos do BNDES Fundo Tecnológico (BNDES Funtec) e da PHB.
“Esse trabalho inclui toda a eletrônica de gestão e controle, o empacotamento, o sistema de refrigeração, a seleção da tecnologia de células (de lítio-ion) mais indicada e, principalmente, a inteligência de gerenciamento ativo de energia (BMS), que é a grande inovação do BESS”, afirma Maria de Fátima Rosolem, pesquisadora da área de Sistemas de Energia do CPqD.
Segundo ela, o BMS ativo desempenha um papel crucial no diagnóstico das condições operacionais de cada uma das células da bateria, reduzindo de modo acentuado o custo total do produto. “Além disso, o BMS ativo aumenta a confiabilidade, o desempenho e a segurança da bateria”, acrescenta a pesquisadora.
O BESS desenvolvido pelo CPqD será comercializado pela PHB e poderá ser adquirido em conjunto com o inversor híbrido da empresa, como uma solução completa, ou em separado – uma de suas funcionalidades permitirá o uso do BESS com inversores híbridos de outros fabricantes. “O foco dos novos produtos é o mercado de micro e minigeração fotovoltaica, atendendo residências e instalações comerciais e industriais de pequeno e médio porte”, explica Ildo Bet, diretor técnico da PHB.
(CPqD)
Fonte: ANPEI