Os rivais da Venezuela na Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) já estão tomando o espaço deixado pela queda de produção no país em crise. A situação caótica na economia e política venezuelana está levando a estatal PDVSA a um recorde negativo de produção, chegando ao menor valor em 28 anos e abaixo da meta nacional estipulada pela OPEP. Segundo dados da organização, a extração caiu de 2,09 milhões de barris para 1,86 milhão.
Sem recursos para financiar a perfuração de poços e a manutenção de suas atividades, mesmo de seus oleodutos e portos, está acarretando na diminuição a cada mês de 20 mil barris diários (bpd) em produtividade. Só em 2017 já se acumula um recuo de 250 mil barris/dia, e a tendência é de que fique cada vez pior. Essa queda na produção vai de encontro aos interesses de lideranças da OPEP em reduzir a oferta global para elevar os preços, mas já está sendo contrabalançada pelo aumento nas exportações de outros países – inclusive de membros da própria Organização.
Antigos clientes da Venezuela, como Índia e Estados Unidos, estão buscando outras fontes para substituir o petróleo venezuelano. O Iraque, membro da OPEP, enviou 80.000 bpd para a Índia para suprimir o declínio de 84.000 bpd da exportação venezuelana para a Índia. Além disso, com sanções financeiras importas pelo Estados Unidos, a Venezuela teve uma queda de 90,000 bdp para esse país, desse modo, o Iraque também aproveitou para aumentar suas remessas para os americanos em 200.000 bpd. Ainda assim, as remessas iraquianas permanecem dentro das metas da organização. Porém, países que não são membros da OPEP, como Brasil e Canada, estão aproveitando os vazios deixados pela baixa produção venezuelana e aumentaram as suas.
A exportação de petróleo representa 95 % da renda auferida pela Venezuela em moeda forte. O dinheiro é utilizado para sustentar programas sociais e pagar os credores dos títulos da dívida pública. Assim, a petroleira PDVSA, o motor financeiro do regime de Nicolás Maduro, está sofrendo com a baixa do preço do petróleo, graves problemas operacionais e casos de corrupção envolvendo executivos. Com isso, esperasse que no próximo ano a produção caia em 10%. Ademais, o FMI projeta que a retração do PIB da Venezuela seja de 12% nesse ano, o quarto consecutivo em recessão. Desde 2014, a economia do país encolheu 25%