A produção de petróleo em áreas na camada pré-sal, sob o regime de partilha de produção, deve atingir 4 milhões de barris diários no fim de 2030, afirmou nesta quarta-feira o presidente da Pré-sal Petróleo SA (PPSA), Oswaldo Pedrosa. Segundo ele, no mesmo período, a produção de gás natural nessas áreas deve alcançar 140 milhões de metros cúbicos diários.
“A produção de óleo da partilha que tem participação da PPSA no fim da próxima da década deve atingir 4 milhões de barris por dia” disse o executivo, durante palestra na Fundação Getulio Vargas (FGV), no Rio de Janeiro. “Fizem os uma previsão de produção bem preliminar, mas ela nos dá um norte”, completou.
Segundo ele, a projeção é relativa ao campo de Libra, ao excedente das áreas incluídas no acordo de cessão onerosa firmado pela União com a Petrobras e aos processos de unitização de campos sob o regime de concessão com áreas do polígono do pré-sal ainda não contratadas.
Pedrosa também explicou que, com relação à estimativa de produção de gás natural, o volume viabiliz ado para o mercado será inferior aos 140 milhões de metros cúbicos diários. Isso porque, parte da produção de gás será utilizada para reinjeção nos poços, para descarte de CO2 e para o consumo de energia elétrica nas plataformas petrolíferas.
Com relação à projeção de produção de óleo, o executivo calculou que a parcela que deverá ficar com a União, em 2030, será de 600 mil barris diários a 700 mil barris diários. O volume varia de acordo com a projeção do preço do petróleo. O primeiro valor é relativo a um preço do petróleo Brent de US$ 80 por barril. Já o segundo volume é obtido a partir de uma projeção de Brent de US$ 100/barril.
Com relação ao campo de Libra, Pedrosa lembrou que o potencial de volume recuperável de óleo é de 8 a 12 bilhões de barris. “Mesmo que não seja isso aí, é algo extremamente expressivo”, disse. A Petrobras é a operadora do campo com 40%. Os demais sócios são Shell (20%), Total (20%), CNOOC (10%) e CNPC (10%). A PPSA é a gestora dos contratos de partilha, representando os interesses da União.
Sobre o acordo para a produção dos excedentes da cessão onerosa, Pedrosa afirmou que o contrato com a Petrobras deve ser assinado depois que forem feitas as revisões de volume e preço. No acordo inicial da cessão onerosa, o volume previsto era de 5 bilhões de barris de óleo equivalente (boe). Com a evolução da exploração no local, a estimativa par a esse valor subiu para algo entre 9,8 bilhões de boe e 15,2 bilhões de boe.
Com relação aos processos de unitização, o presidente da PPSA afirmou que estão em andamento dez acordos de individualização da produção. E estão previstos outro nove acordos do tipo. Questionado por representantes da plateia sobre quando os acordos serão assinados, Pedrosa disse que “teremos grandes progressos este ano”.
Fonte: Valor Econômico – Rodrigo Polito