A produção nacional de químicos de uso industrial recuou 1,68% no primeiro bimestre, segundo dados do Relatório de Acompanhamento Conjuntural (RAC) da Associação Brasileira da Indústria Química (Abiquim). Já as vendas internas caíram 4,7% nos dois primeiros meses do ano, na esteira da redução da atividade econômica nacional.
Conforme a entidade, “clientes de importantes cadeias, como construção civil, óleo e gás e indústria automobilística, reduziram expressivamente suas operações, com impacto na química, que é fornecedora de praticamente todos os setores industriais”. Paradas, programadas ou não, para manutenção em importantes grupos da amostra analisada pela Abiquim também pesaram sobre os números do intervalo.
O levantamento mostra ainda que as importações apresentaram recuo de 3,7%, desempenho que, combinado à queda na produção, “reforça um cenário preocupante de substituição da demanda de químicos por produtos importados acabados, a ser confirmado nos próximos meses”.
O índice de preços de químicos de uso industrial, por sua vez, caiu 7,46% em fevereiro sobre janeiro, na terceira queda consecutiva, acumulando recuo nominal de 8,39% no primeiro bimestre. Conforme a entidade, a taxa de uso da capacidade instalada ficou em 74% em fevereiro, média de 78% no primeiro bimestre, um ponto percentual abaixo do verificado no mesmo intervalo de 2014.
Para a diretora de Economia e Estatística da Abiquim, Fátima Giovanna Coviello Ferreira, a ociosidadede está elevada para os padrões de produção da indústria química mundial, de uso de 87% a 90% da capacidade. “Essa situação acaba forçando as empresas a realizarem mais paradas para manutenção, que geram custos adicionais aos processos de produção.”
Em 12 meses até fevereiro, os índices de produção e de vendas internas apresentaram, respectivamente, desaceleração de 4,20% e de 5,03%. “O índice de preços também vem caindo no período recente, com resultados de -1,0% em janeiro e de -7,46% em fevereiro, puxando a variação nominal acumulada de 12 meses para baixo”, informou.
Fonte: Valor Econômico – Stella Fontes