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Novo plano de recuperação da Renuka do Brasil prevê possível venda de suas duas usinas

A Renuka do Brasil, subsidiária da indiana Shree Renuka Sugars, apresentou à Justiça um novo plano de recuperação judicial, que considera a possibilidade de venda de suas duas usinas de cana no interior de São Paulo.

O documento, com data de 28 de março, traz um conteúdo alinhado junto à gestora Castlelake, potencial compradora da empresa, e ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), conforme antecipou a Reuters na última semana, com informação de fontes.

A Renuka iniciou investimentos no Brasil em 2010, mas foi atingida por uma combinação de baixos preços do açúcar e controle de preços de combustíveis pelo governo, em gestões anteriores – políticas que afetaram duramente o setor sucroenergético no país.

As duas usinas da empresa indiana têm capacidade instalada para processar cerca de 10 milhões de toneladas de cana por temporada, mas, dados os problemas recentes, não têm matéria-prima suficiente para operar com 100 por cento da carga.

Com dívidas de quase 3 bilhões de reais, a Renuka do Brasil ainda busca vender a unidade Revati, em Brejo Alegre. Mas, pelo novo plano, o vencedor do futuro leilão dessa usina também poderá adquirir a outra planta industrial da empresa, a Madhu, em Promissão.

O comprador poderá ficar com 50 por cento da Madhu, por 15 milhões de reais, ou mesmo a totalidade da usina, por esse montante acrescido de 50 por cento do valor de mercado da unidade, a ser avaliado por uma consultoria.

Também serão vendidas, por quase 16 milhões de reais, as socas de cana da Madhu.

A Renuka do Brasil entrou em recuperação judicial em outubro de 2015 e, em meio ao processo, tentou leiloar a Madhu no início de 2017. Mas o BNDES, titular das garantias hipotecárias, pediu a suspensão do certame, algo que voltou a ocorrer em setembro, com a Revati.

Para evitar uma nova contestação por parte do BNDES, o novo plano da Renuka do Brasil garante que “os ativos a serem vertidos estão livres de quaisquer ônus, constrições e/ou gravames em favor de terceiros”.

Uma assembleia de credores para deliberar sobre o novo plano deverá ser realizada 31 dias após o protocolo do documento na Justiça. O leilão será marcado para o dia útil seguinte à assembleia.

Os interessados deverão se comprometer, em suas propostas fechadas, a investir no mínimo 170 milhões de reais nas unidades ao longo de três anos após o fechamento do negócio.

Para tornar o leilão ainda mais atrativo, a Renuka do Brasil afirmou que os ativos a serem vendidos incluirão contratos para fornecimento de 1,8 milhão de toneladas de cana para a safra 2018/19, já iniciada, e 4 milhões de toneladas para 2019/20.

Procurada para comentar o novo plano de recuperação da Renuka do Brasil, a Shree Renuka Sugars não respondeu de imediato. A gestora Castlelake também não respondeu a respeito do eventual interesse nos ativos da empresa.

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