O grupo Ultra está olhando ativos do segmento químico para comprar nos Estados Unidos, apurou o Valor. Mais competitivo após as descobertas de reservas de “shale gas” (gás de xisto), o mercado americano tornou-se alvo do conglomerado nacional, que tem planos de expandir os negócios da Oxiteno, braço químico da companhia.
No ano passado, o Ultra fez duas aquisições no exterior nessa área – a Pasadena Property, no Texas (EUA), por US$ 15 milhões, sem assunção de dívidas, e a compra da totalidade das ações da American Chemical , por US$ 79 milhões, com uma unidade no Uruguai, com capacidade de produção de 81 mil toneladas de especialidades químicas.
A holding Ultrapar, que tem sob seu guarda-chuva a Ipiranga (distribuição de combustíveis), seu principal negócio, a Ultracargo (logística), Ultragaz (gás GLP) e a Oxiteno, deseja intensificar seu processo de internacionalização. O braço químico é o que tem maior potencial para expandir seus negócios fora do Brasil. A empresa quer reforçar seu portfólio em especialidades químicas, onde obtém margens mais atraentes.
EUA e México também viraram o foco da Braskem. Se no Brasil o cenário não está favorável para o grupo fazer investimentos, o mesmo não se pode dizer no território americano. A petroquímica, que já tem um projeto de US$ 3,2 bilhões no México para a produção de etileno, com o gás natural como principal matéria-prima, poderá reforçar sua posição nos EUA, onde já é líder na produção de polipropileno. A empresa estuda a possibilidade de construir unidade de polietileno em território americano, utilizando gás de xisto.
“O setor químico e petroquímico nos EUA ressurgiu, atraindo várias empresas”, afirmou Otávio Carvalho, diretor da consultoria Maxiquim. (MS)
Fonte: Valor Econômico