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Coppe/UFRJ propõe nova forma de controle de incêndio

O corpo de bombeiros do Rio de Janeiro está testando uma nova tecnologia que pode revolucionar as formas de combate a incêndio. A ideia é substituir o uso da água pelo dióxido de carbono (CO2) para apagar o fogo. O projeto, desenvolvido pelo Grupo de Análise de Risco Tecnológico e Ambiental (Garta) da UFRJ/Coppe, recebeu um apoio de R$ 5,5 milhões da Finep. Moacyr Duarte de Souza, pesquisador sênior da UFRJ, destaca que o CO2 é um agente presente em pequenas quantidades nos extintores de incêndio. “Analisando a forma tradicional de extinguir incêndios percebemos que a descarga massiva de CO2 causa menos danos para ambientes sensíveis à ação da água, como museus, obras de arte e estações de telefonia, para os quais o impacto da água pode ser tão ou mais danoso que o fogo. Utilizamos um agente tradicional, mas a equipe desenvolveu uma nova forma de estoque”, esclarece Moacyr.

A empresa White Martins se tornou parceira tecnológica e auxiliou a desenvolver o primeiro protótipo. Nesta fase, o projeto foi apresentado para a Finep que o contemplou com o financiamento. Moacyr ressalta que parte do apoio da Finep vai se reverter em legado para o próprio corpo de bombeiros que poderá utilizar o equipamento para treinar futuros funcionários.

O projeto, denominado Sistema de Descarga Baseada em Gás Liquefeito, possui uma célula de operação adaptada em um contêiner. A célula foi acoplada a um caminhão, que os bombeiros utilizam no teste. O veículo também contém disparadores manuais com tamanho semelhante a um extintor de incêndios. Através de duas mangueiras o CO2 é lançado. A concentração de dióxido de carbono aumenta de forma controlada, o que permite aos bombeiros deslocar a fumaça para facilitar a visibilidade. Dessa maneira reduz-se também o risco de asfixia. O caminhão tem capacidade para armazenar 121 toneladas de CO2 na fase líquida e as mangueiras lançam 100 galões por minuto.

Assim, o dióxido de carbono proporciona o resfriamento do ambiente e a diminuição da quantidade de oxigênio. Moacyr enumera as vantagens do jato seco: “Em lugares com temperatura abaixo de zero é necessário gastar mais energia para manter a água liquida. Já em casos de catástrofes naturais, o método dispensa a rede de incêndios, que pode ter sido danificada. O caminhão, por sua vez, não precisa de rede de incêndio e da manutenção da água, que custam cada vez mais.” Outro benefício do uso do CO2 é a contenção de incêndios em câmaras subterrâneas, principalmente se considerarmos que, no Rio de Janeiro, os casos de explosão de bueiro acontecem com frequência.

O caminhão será oficialmente apresentado no dia 6 de fevereiro. A partir dessa data acontecerá a segunda etapa dos testes com grupo de pesquisadores da Coppe, técnicos e bombeiros do centro de pesquisa. O pesquisador estima que em cerca de dois meses os resultados poderão ser analisados. “Vamos acrescentar acessórios de disparo e desenvolver protocolos para possibilitar aplicação da tecnologia o mais rápido possível para a sociedade”, conclui Moacyr.

(Com informações da Finep)

Fonte: www.anpei.org.br

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