A Braskem teve de postergar para o dia 29 de março o arquivamento de suas demonstrações financeiras auditadas relativas a 2016 e seu último trimestre; assim, a empresa divulgou uma prévia destes resultados nesta quarta-feira (22). O motivo do adiamento foi a tratativa para o acordo firmado com autoridades no âmbito da operação Lava-Jato, na qual a Odebrecht está envolvida. Uma das condições do acordo é de que a companhia pagará multas no Brasil e no exterior que somam cerca de 3,1 bilhões de reais.
Os números relatados demonstram um prejuízo de 2,64 bilhões de reais no último trimestre, mas estão sujeitos a ajustes e modificações quando sujeitos à auditoria. Isso representa uma significativa reversão com relação ao período anterior, quando a Braskem conseguiu um lucro líquido de quase 100 milhões. O resultado está muito mais relacionado ao aumento nos gastos devido aos acordos de leniência do que à queda na receita líquida com vendas, pois esta diminuiu apenas 0,8% no período.
Sem considerar os pagamentos acordados na operação Lava-Jato, a empresa registrou no quarto trimestre um lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (EBITDA) de R$ 2,39 bilhões; 10% superior ao do ano anterior. Porém, com os efeitos da investigação, o resultado torna-se negativo em R$ 525 milhões. Graças a um bom desempenho em todas as suas unidades, à manutenção dos spreads de resinas no mercado internacional e maior volume de exportações brasileiras, a Braskem encerra 2016 com EBITDA recorde de R$ 11,5 bilhões – 23% acima de 2015. Outro ponto forte a ser destacado é a participação do complexo petroquímico produtor de polietileno no México, inaugurado no segundo trimestre de 2016.
Porém, em virtude dos gastos excepcionais deste último trimestre, o ano encerrou com prejuízo de 768 milhões de reais, contra um lucro líquido de 2,77 bilhões em 2015.
No Brasil, destaca-se que a demanda por resinas continua em retração, sendo a de 2016 1% inferior à de 2015, mas muito compensadas pelo crescimento nas exportações. A Braskem bateu seu recorde e exportou 1,7 milhão de toneladas no ano passado, elevando em 24% com relação ao período anterior. A produção nacional de resinas da empresa conseguiu, assim, crescer 4%.
Fonte: Maxiquim