Por falta de investimentos em pesquisa e desenvolvimento de produtos, o Brasil pode perder a chance de liderar uma nova onda de crescimento mundial. Depois da fase de expansão da tecnologia digital, a indústria se prepara para a etapa da biotecnologia. Como o país detém um terço da biodiversidade do planeta, poderia capitanear o processo. No entanto, falta dinheiro para esses investimentos.
Financiamento para pesquisas iniciais até existe. O BNDES nunca investiu tanto: R$ 5,2 bilhões, mas que representam menos de 3% do total emprestado em 2013. Além disso, a demanda por recursos é muito maior. Os editais abertos do programa governamental Inova Empresa destinaram R$ 9,2 bi para projetos. A procura foi de R$ 17,4 bilhões.
A maior preocupação é a alta mortalidade de projetos na fase de testar se o produto pode ser feito em escala, a etapa mais arriscada e cara. Muitos empresários desistem aí. Em países como Alemanha e França, o Estado doa dinheiro nessa hora. Aqui no Brasil, apenas 4% dos recursos do Inova Empresa, que tem um orçamento de R$ 33 bilhões, são gastos com essa subvenção.
Enquanto no exterior algumas empresas já fazem roupas com tecido produzido por bactérias, o Brasil patina em biotecnologia. Não há marco legal de acesso à biodiversidade. Para pesquisar uma larva da Amazônia ou trabalhar com organismos geneticamente modificados, é preciso encarar uma romaria burocrática.
Não é possível patentear a maioria dos organismos vivos no Brasil. Por isso, há brasileiros que levam os centros de pesquisa para o exterior. Ou importam tecnologia. A Granbio, por exemplo, comprou no exterior a patente de leveduras geneticamente modificadas para fabricar etanol feito com palha e do bagaço de cana jogados fora depois da produção do álcool convencional.
A matéria completa pode ser lida no endereço http://oglobo.globo.com/economia/brasil-perde-terreno-na-area-de-biotecnologia-11688089#ixzz2uBx91sRQ.
(O Globo)
Fonte: Anpei – www.anpei.org.br / O Globo