Em setembro, as vendas de carros híbridos e elétricos ultrapassaram pela primeira vez a marca de mil unidades em um mês. O responsável pelo feito é o recém-lançado Toyota Corolla Hybrid.
O resultado fez a participação de mercado desses automóveis passar de 0,2% para 0,6% no Brasil, segundo a Anfavea (associação que representa as montadoras).
O Corolla movido a etanol, gasolina e eletricidade tem fila de espera de quatro meses, o que deve fazer a Toyota readequar a produção. A principal razão do sucesso não é o apelo ecológico, mas, sim, o bolso.
Carros híbridos registram consumo mais baixo em relação aos automóveis movidos apenas por motores a combustão. A diferença é maior no ambiente urbano.
Em sua primeira avaliação, o Corolla Altis Hybrid registrou média de 16 km/l com etanol na cidade, número exibido no computador de bordo do carro. Segundo o Instituto Mauá de Tecnologia, o compacto Renault Kwid 1.0, reconhecido pelo baixo consumo, alcança a média de 12 km/l na mesma condição.
O Corolla Altis Hybrid custa os mesmos R$ 125 mil que a opção equivalente equipada com motor 2.0 flex. Além de gastar menos combustível, é beneficiado pela redução no valor do IPVA em alguns estados. Esses fatores fazem a compra do híbrido ser mais interessante.
A Honda deve entrar nesse segmento em 2020, com o sedã Accord atualizado. O carro produzido nos Estados Unidos consegue rodar por pequenos trechos usando apenas eletricidade.
A Volkswagen lança na próxima semana o Golf GTE. O hatch pode ser recarregado na tomada, o que confere autonomia para cerca de 40 quilômetros sem queimar gasolina. É o mesmo princípio das versões T8 de modelos Volvo à venda no Brasil.
Com o aumento da oferta e da produção, em breve os carros híbridos e elétricos irão ultrapassar a marca de 1% de participação no mercado nacional. É um caminho sem volta, que segue a tendência global e acompanha o interesse do consumidor.
Eduardo Sodré