A Solazyme atualmente passa por uma fase de desafios. Em seu último relatório financeiro divulgado, a empresa registrou um prejuízo de US$ 44,9 milhões no 4T2014 e de US$ 162,1 milhões no ano. As receitas, que fecharam em US$ 14,5 milhões no 4T e totalizaram US$ 60,4 milhões em 2014, vieram apenas das plantas da Solazyme em Peoria, Illinois e Clinton/Galva, Iowa.
Na sua planta no Brasil a empresa continua enfrentando dificuldades. A planta da JV Solazyme Bunge no Brasil possui capacidade de produção de 100 mil toneladas por ano. De acordo com Solazyme, a unidade é capaz de executar as operações de fermentação, mas as operações a jusante ainda precisam de melhorias antes de iniciar a produção de grandes volumes.
Solazyme informou que realizou uma série de correções mecânicas e operacionais em janeiro. Segundo divulgado pela companhia, em dezembro foi produzido mais de 1.200 toneladas de biomassa seca na instalação do Brasil, mas ainda é necessário otimizar os equipamentos de extração de óleo.
Solazyme também enfrenta desafios com a falta de energia e água nas operações na planta Brasil e ambas as empresas, Solazyme e Bunge, estão trabalhando em soluções que devem ser colocadas em prática ainda no primeiro semestre do ano.
A unidade de Clinton/Gava que possui capacidade de produção de 20 mil toneladas por ano e produz atualmente uma quantidade menor de produtos de maior valor, como lubrificantes, óleos de perfuração Encapso e volumes limitados de óleos sob medida para os parceiros. Já a unidade de Peoria, com capacidade de produção de 2 mil toneladas por ano, produz os compostos nutricionais AlgaVia e o composto cosmético Algenist. Em termos de vendas de produtos, as receitas dos produtos Encapso e ALgaVia para 2014 fecharam em torno de US$12,8 milhões, enquanto que o Algenist ficou em cerca de US$24,5 milhões.
O fluído de perfuração Encapso tem a propriedade de encurtar o tempo de perfuração, o que o torna economicamente vantajoso. Porém, ele enfrenta concorrência de outros fluídos de perfuração derivados de matéria prima renovável com um custo menor.
Os compostos nutricionais AlgaVia são utilizados atualmente como ingrediente alimentar em mais de 65 projetos no setor de alimentos e bebidas e atendem um segmento de mercado lucrativo para a Solazyme. O ingrediente recebeu recentemente aprovação da FDA GRAS e pode substituir as gorduras lácteas, óleos vegetais e gemas de ovos em diferentes tipos de alimentos para reduzir as gorduras saturadas, calorias e colesterol.
Solazyme também informou que seu óleo alto oleico produzido por algas recebeu aprovação da FDA GRAS para ser utilizado como ingrediente em produtos alimentícios. Segundo a empresa, o óleo oferece perfis de gordura mais favoráveis do que o azeite e ponto de fumaça mais altos do que o óleo de canola. O óleo alto oleico da Solazyme tem cerca de 90% de gordura monoinsaturada, 6 a 8% de gordura saturada e menos de 2% de ácidos graxos poli-insaturados. Solazyme espera que produtos utilizando o óleo alto oleico sejam lançados nos EUA no segundo semestre de 2015.
Solazyme projeta crescimento de mais de 15% para 2015. Para isso, Solazyme pretende diminuir suas despesas operacionais de US$18 milhões. A empresa também reduziu o número de funcionários em 2014 para cortar custos.
Fonte: MaxiQuim