A fabricante britânica de medicamentos GlaxoSmithKline observou um grande salto em seu resultado do primeiro trimestre em meio ao fechamento da operação de troca de ativos com a suíça Novartis.
O lucro líquido atribuível a controladores terminou em 8,09 bilhões de libras esterlinas, ou cerca de US$ 12 bilhões, contra 668 milhões de libras no mesmo período de 2014.
Não fosse o efeito líquido de 8,71 bilhões de libras referente à venda do negócio de oncologia à Novartis em troca do segmento de vacinas da concorrente, registrado na linha de outras receitas e despesas operacionais, e outros eventos não recorrentes, a companhia teria apresentado lucro de 925 milhões de libras entre janeiro e março, queda de 13,5% na comparação anual — ajustado também o resultado de 2014.
Nos primeiros três meses deste ano, a Glaxo viu sua receita líquida ficar praticamente estável, com aumento de apenas 0,2%, para 5,62 bilhões de libras. Em moeda constante, ou seja, desconsiderando o efeito cambial dos países em que atua, a empresa teria elevado o faturamento em 1%. As vendas foram seguradas principalmente pelo crescimento da área de vacinas advinda da farmacêutica suíça, cujo crescimento excluindo o câmbio foi de 10%.
Os custos da britânica, entretanto, subiram 20,6% no período — um ritmo bem superior à alta da receita — e terminaram em 2,1 bilhões de libras. As despesas gerais e administrativas avançaram 12,9%, para 2,22 bilhões de libras, e os gastos com pesquisa e desenvolvimento terminaram em 867 milhões de libras, alta de 0,9%. Também pressionou a última linha do balanço o nível dez vezes maior de imposto pago sobre o resultado, de 1,88 bilhão de libras no total.
A expectativa da companhia para o ano é que o lucro ajustado, sem efeito cambial e sem efeitos não recorrentes, caia aproximadamente 20% frente a 2014. O maior problema, informou a Glaxo, é que a base de custos do negócio adquirido com a Novartis é extensa demais para seu balanço e, ao longo do tempo, os ganhos com vendas de vacinas serão diluídos no resultado. Para 2016, é aguardada a recuperação, informou a Glaxo.
Apesar da piora operacional, o mercado aprovou os números da farmacêutica. A perspectiva de aumento médio entre 5% e 9% no resultado anual até 2020 e a manutenção de dividendos nesse período impulsionavam a ação. Há pouco, os papéis subiam 1,43% na bolsa de Londres e eram negociados em 15,22 libras.
Fonte: Valor – Por Renato Rostás