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Industriais defendem estímulos à inovação para enfrentar a recessão em 2016

O cenário para 2016 não é nada promissor. Com a instabilidade política e econômica em curso no Brasil, as dificuldades enfrentadas pelo setor industrial em 2015 continuarão. O Produto Interno Bruto (PIB) terá uma queda de 2,6% no próximo ano, puxado pela retração de 4,5% da indústria. O desemprego alcançará 11% e os investimentos cairão 12,3%, muito devido a falta de confiança dos empresários no País, que já teve sua nota rebaixada pelas agências de classificação de risco pela segunda vez em menos de dois meses.

As estimativas foram apresentadas nesta última quarta-feira (16) pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), na edição especial do “Informe Conjuntural – Economia Brasileira”. De acordo com a entidade, o Brasil precisará colocar em prática uma agenda voltada ao estímulo da inovação. Para tanto, serão necessários ajustes na legislação e reduzir trâmites burocráticos.

“Os grandes países que desenvolvem tecnologia, conhecimento, e que geram empregos de qualidade, tem uma indústria forte. Nossa indústria de transformação vai chegar a menos de 9% do PIB brasileiro, enquanto antes representava até 24%. Isso mostra que o Brasil está acabando com sua indústria”, afirmou o presidente da CNI, Robson Braga. “A inovação é uma ferramenta hoje que talvez seja a única a dar competitividade à indústria brasileira.”

Segundo o diretor de Políticas e Estratégia da CNI, José Fernandes, em momentos de restrição fiscal é imprescindível preservar os instrumentos de apoio a atividade de pesquisa, desenvolvimento e inovação (PD&I), de vital importância para reconstituir a produtividade de uma nação. “Se examinarmos todos os países que compõe a OCDE [Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico], quando passam por ajustes fiscais, há sempre uma atenção muito grande para se preservar os gastos em PD&I”, ressaltou.

“Lamentamos, por exemplo, que pretendam cortar os benefícios da Lei do Bem. As empresas que estavam contando com isso estão se sentindo frustradas, porque dependiam desse recurso para inovar”, destacou Robson Braga, ao se referir a Medida Provisória (MP) 694/2015.

 

Propostas

As propostas da CNI consideradas essenciais para o Brasil desenvolver a inovação são: priorizar programas para promover o aumento da produtividade; preservar os instrumentos de apoio às atividades de pesquisa e desenvolvimento (P&D); facilitar a interação entre universidades, institutos públicos e empresas; revisar o papel da Petrobras nas licitações do pré-sal; regulamentar a Lei de Acesso ao Patrimônio Genético; e promover a melhoria operacional do Instituto Nacional de Propriedade Industrial (Inpi).

 

“Nessa linha de oportunidades de investimento para a indústria, a regulamentação da Lei de Acesso ao Patrimônio Genético é muito importante. Há pelo menos três setores da indústria brasileira, como cosméticos, química verde e farmacêutica, que poderão estar livres para voltar a investir e produzir. Então o problema não é de demanda, é de regulamentação”, informou José Fernandes.

 

2015

Para este ano, a previsão é que o PIB caia 3,3% em relação a 2014, com queda de 6,4% no PIB industrial. O consumo das famílias encolherá 3,9%, os investimentos diminuirão 15,5% e o desemprego chegará a 8,3%. Além disso, a participação do setor industrial no PIB cairá para 19,9%, a menor desde os anos 1950.

 

Para mais informações, acesse o levantamento completo da CNI neste linkhttp://www.portaldaindustria.com.br/cni/publicacoes-e-estatisticas/publicacoes/2015/12/1,8236/economia-brasileira.html

 

Fonte: Agência Gestão CT&I/ ANPEI

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