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Indústria em crise dissolve comércio com a Argentina

O intercâmbio comercial entre Brasil e Argentina era visto, no passado, como exemplo bem¬-sucedido da integração regional criada com o Mercosul. A relação comercial, porém, tem encolhido. Este ano a corrente de comércio entre os dois países vai chegar a US$ 27,1 bilhões, estima a consultoria argentina Abeceb.com. O valor representa queda de 4,5% em relação a 2014 e de 31% contra os US$ 39,6 bilhões de 2011, quando o comércio bilateral atingiu o pico, depois de crescer quase dez vezes em menos de duas décadas.

Os cinco primeiros meses do ano já mostram que a tendência de encolhimento das trocas bilaterais se intensifica. De janeiro a maio, a corrente de comércio Brasil-¬Argentina foi de US$ 9,72 bilhões, 19% abaixo dos US$ 12 bilhões em igual período de 2014. A corrente de comércio é a soma das exportações entre os dois países.

A queda da corrente de comércio dos dois países afeta diretamente setores industriais brasileiros, como o automotivo. A Argentina é destino de cerca de 80% dos automóveis de passeio de até 3 mil cilindradas exportados pelo Brasil. De janeiro a maio, houve redução de 23% no valor exportado em veículos ao país vizinho.

A queda na exportação contribuiu para o recuo da produção das montadoras brasileiras. O volume de embarques de veículos de janeiro a abril recuou 9,3% na comparação igual período do ano passado. A produção física de veículos automotores, reboques e carrocerias no país caiu 21,3% de janeiro a abril, contra iguais meses de 2014. Os dados são, respectivamente, da Fundação Centro de Estudos do Comércio Exterior (Funcex) e do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O Brasil enfrenta mais dificuldades para exportar para o vizinho desde o ano passado. Numa tentativa de segurar as reservas em moeda estrangeira, o governo argentino aumentou as restrições à entrada de produtos. Mas neste ano foi a vez de os argentinos sentirem o impacto da queda de demanda no mercado brasileiro, o que afetou, sobretudo, suas exportações de automóveis. Somente em maio, as exportações argentinas para o Brasil caíram 30,5% na comparação com o mesmo mês de 2014.

Em quatro anos, as vendas de produtos brasileiros para o país vizinho encolheram 37,8%. Passaram de US$ 22,7 bilhões em 2001 para US$ 14,2 bilhões em 2014. Para 2015, a Abeceb.com calcula um valor quase igual ao do ano passado (US$ 14,1 bilhões).
No caso argentino, as vendas para seu principal parceiro comercial vão diminuir 21,8% no período. A balança fechará este ano com superávit próximo de US$ 900 milhões para o Brasil, segundo Claveri. O resultado positivo para o Brasil é consequência, sobretudo, da queda nas encomendas de automóveis produzidos na Argentina. Até maio, a balança no comércio bilateral ficou com superávit de US$ 687 milhões a favor do Brasil, contra US$ 379 milhões em igual período do ano passado.

Além disso, para os analistas, o impacto da desvalorização do real em contraste com o peso, que praticamente não se alterou nos últimos meses, agrava a perda de competitividades dos produtos argentinos. Esse é um dos principais motivos apontados para justificar a queda de 19% na corrente de comércio entre os dois países de janeiro a maio. Nos cinco meses, as exportações argentinas e brasileiras, nesse intercâmbio, registraram quedas de 22,3% e de 16%, respectivamente. “É um nível de retração que não se via desde a crise de 2008″, destaca Claveri.
Para Dante Sica, diretor da Abeceb.com, a relação bilateral sofre muito mais com a queda de demanda do que por consequência das restrições impostas pelo governo de Cristina Kirchner. “Calculo que nesse cenário, a queda da atividade tem peso de 60% e as restrições à entrada de itens importados na Argentina, 40%”, afirma.

Tudo indica, no entanto, que o Brasil continuará a sofrer com as restrições pelo menos até o fim do mandato de Cristina, em 10 de dezembro. Nesse contexto, a retração do mercado brasileiro ajuda a não tornar pior o problema enfrentado nas fábricas, sobretudo da indústria automobilística, cujas linhas de produção dependem de peças exportadas pelo Brasil.

“No setor automotivo formou¬-se um ciclo: a Argentina exporta menos para o Brasil em razão da queda na demanda. A partir disso, o governo argentino reduz as autorizações de importação de peças, o que naturalmente provoca queda na produção de veículos”, diz Claveri, coordenador de comércio exterior da Abeceb.com. Além disso, o Banco Central acumula uma dívida com os importadores que, segundo os economistas, está em torno de US$ 5 bilhões.
Mas, entre a indústria brasileira, não são somente as montadoras de veículos que sentem o enfraquecimento do intercâmbio comercial. Dados da Abicalçados, que reúne a indústria brasileira calçadista, mostram que nos últimos dez anos, o pico de volume de vendas do setor aos argentinos foi em 2008, quando o Brasil exportou ao país vizinho 18,53 milhões de pares de calçados. Em 2014 foram 7,66 milhões de pares. Para este ano a estimativa está em torno de 5 milhões de pares, diz Heitor Klein, presidente da Abicalçados.

Klein explica que a perda aconteceu aos poucos. Em 2009 a Argentina intensificou barreiras burocráticas, como exigências de licenças prévias de importação, que impediam a mercadoria brasileira de desembarcar no país vizinho. “Algumas indústrias desistiram de exportar”, lembra. Pouco depois, em torno de 2011, a valorização do real frente ao dólar tirou a competitividade da exportação brasileira. Atualmente as restrições para desembarque foram derrubadas, conta Klein, mas há pouca perspectiva de se reconquistar o volume exportado, mesmo com a desvalorização cambial. Não é só a desaceleração da economia argentina que atrapalha. “Nós perdemos mercado para os asiáticos, principalmente a China, que fincou o pé de maneira bem forte.”
“Este ano as eleições na Argentina também contribuem para deixar o comércio sem muitas perspectivas”, diz José Augusto de Castro, presidente da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB). Há ainda, explica ele, muita incerteza sobre os rumos do país e isso dificulta os negócios. Na Argentina, o enfraquecimento das exportações provoca alteração no perfil das fontes de entrada de divisas. O economista Ramiro Castiñeira, da Econométrica, destaca que o volume em moeda estrangeira que entrou no país em 2014 por meio de operações financeiras, como o “swap” (troca de moedas) com a China (equivalente a US$ 8 bilhões), superou a quantidade de dólares obtidos por via comercial (US$ 6,6 bilhões de superávit).

Fonte: Pharma Brazilian Solutions / Valor Econômico – Autor: Marli Olmos e Marta Watanabe

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