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Parques tecnológicos compartilhados são a nova aposta da parceria Brasil-China

utoridades governamentais do Brasil e da China, cientistas e empresários se reuniram na última sexta (19), no 2º Diálogo de Alto Nível em Ciência, Tecnologia e Inovação, para debater parcerias na área de ciência e tecnologia. Eles consideraram que as áreas mais promissoras para parcerias são as de novas energias e materiais, ciências agrárias, tecnologia da informação, internet e ambientes de inovação.

No encontro, os ministros da Ciência, Tecnologia e Inovação do Brasil, Aldo Rebelo, e da Ciência e Tecnologia da China, Wan Gang, assinaram acordo de cooperação na área de parques tecnológicos, o que pode estreitar ainda mais a relação entre os dois países. Nos últimos 20 anos, foram firmados mais de 53 atos ligados a pesquisa e desenvolvimento.

Para o ministro Aldo Rebelo, a ausência de disputas por hegemonia entre os dois países, e o fato de ambos compartilharem interesses e, principalmente, desafios comuns, aumenta a segurança nas negociações e a perspectiva de parcerias futuras.

“O Brasil e a China estão entre as dez maiores economias do mundo, entre as dez maiores populações do mundo, entre os dez maiores territórios do mundo e entre os dez maiores produtores agrícolas do mundo. Os dois integram um projeto comum, os Brics –bloco formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul –, e têm desafios comuns na área social, como alimentar grandes populações, desenvolver a agricultura, elevar o padrão de vida das pessoas e enfrentar graves problemas de saúde pública. Eu acho que podem unir cada vez mais seus esforços para cooperação, pois só têm benefícios. Não existe nenhum risco de gerar prejuízo para ninguém”, comentou o ministro.

Na cerimônia, o ministro da República Popular da China destacou os avanços da parceria entre os dois países, desde sua primeira visita a Brasília, em 2012. Segundo Gang, as trocas já trazem benefícios concretos para a economia e a sociedade, e ainda podem avançar muito com a cooperação em parques tecnológicos.

“Acho que os parques tecnológicos são a forma concreta de dar um passo adiante para a inovação. Os parques são plataformas de troca de conhecimento, comunicação e espaço de trabalho conjunto. Tecnologia e inovação são o motor da economia nesses tempos modernos, em um mundo de grandes mudanças. Brasil e China, sendo países em desenvolvimento, precisam investir em inovação para colher desenvolvimento econômico”, destacou Wan Gang.

Os parques tecnológicos são áreas planejadas para concentrar empresas, instituições de ensino, centros de pesquisa e incubadoras de negócios, criando um ambiente propício à inovação. Na China, já respondem por 15% do Produto Interno Bruto (PIB, soma dos bens e serviços do país), segundo o ministro chinês.

Entre os exemplos sucesso da parceria entre Brasil e China está a fabricação e lançamento conjunto dos Satélites Sino-brasileiros de Recursos Terrestres. Outra iniciativa importante é o projeto de parceria entre os laboratórios de nanotecnologia (estudo de manipulação da matéria em escala atômica e molecular) dos dois países, que tenta usar os resíduos da produção de álcool e açúcar para gerar materiais que possam substituir o carvão no tratamento de água. Os esforços já resultaram na criação de um carbono nano absorvente, feito a partir do bagaço da cana-de-açúcar.

O Diretor do Laboratório Nacional de Nanotecnologia, Fernando Galembeck, explica a importância do aproveitamento dessa biomassa. Ele diz que “no Brasil são produzidos por ano cerca de 1 bilhão de toneladas métricas de resíduos de biomassa, das quais 300 milhões são de bagaço de cana-de-açúcar. Os números mostram que sem comprometer a produção de alimentos, sem comprometer a segurança alimentar, temos uma quantidade enorme de matéria-prima que está em cima da terra, e que pode ser aproveitada e transformada em materiais avançados”.

“Acredito que a perspectiva futura desse projeto é muito promissora”, disse Yin Guilin, Diretor do Escritório de Cooperação Internacional do Centro Nacional de Pesquisa em Engenharia para a Nanotecnologia da China.

Fonte: ANPEI / Agência Brasil

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