A americana Eastman Chemical anunciou ontem sua primeira aquisição no Brasil.
A companhia comprou 100% da empresa Scandiflex, com sede em Mauá (SP), especializada em plastificantes (aditivos que tornam o plástico flexível). O valor do negócio não foi divulgado.
No Brasil desde 1978 por meio de distribuição de seus produtos e também com licenciamentos de tecnologia, a Eastman resolveu apostar no país, considerado estratégico para a expansão da companhia fora do mercado americano e entre os países emergentes.
A forte demanda por especialidades químicas na América Latina levou a companhia americana a fazer investimentos no Brasil.
Segundo Pedro Fortes, diretor-geral da Eastman no Brasil, outras aquisições no país deverão ocorrer nos próximos meses. A gestora Stratus assessorou a Eastman nessa transação. “Essa operação no país é o primeiro passo de um plano de expansão maior”, disse o executivo. O crescimento no país também será orgânico. A companhia não divulgou, contudo, quanto poderá investir na unidade produtora recém-adquirida.
Com faturamento de US$ 54 milhões em 2010 e entre 300 a 500 clientes no país, a Scandiflex fará parte do segmento de produtos químicos e intermediários da Eastman. Os plastificantes da companhia são usados na produção de brinquedos e tampas de refrigerantes PET, por exemplo.
A unidade da Scandiflex, fundada em 1965 em Mauá, tem capacidade instalada de produção de 20 mil toneladas/ano. Além de plastificantes voltados para PVC e borracha, a companhia produz polióis-poliésteres e sistema de poliuretano para solados.
No ano passado, a companhia americana registrou faturamento de US$ 5,8 bilhões – a América Latina responde por 5% desse valor. Além dessa fábrica recém-adquirida no país, a Eastman tem uma unidade produtora de adesivos no México. A empresa tinha uma fábrica na Argentina, mas se desfez do negócio há cerca de dois anos.
Ontem, a companhia Univar, distribuidora global de produtos químicos, anunciou a aquisição da Arinos, distribuidora brasileira de especialidades químicas e commodities químicas. O valor do negócio não foi divulgado. Essas recentes aquisições reforçam as apostas de empresas globais no setor químico do Brasil, cuja demanda tem crescido nos últimos anos.
Fonte: Mônica Scaramuzzo | Valor – 02/09/2011