A Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec) espera que os embarques de carne bovina brasileira para a China comecem efetivamente em junho, após o fim definitivo do embargo anunciado na terça-feira (19), disse o diretor executivo da entidade, Fernando Sampaio, à CarneTec, na quarta-feira. A presidente Dilma Rousseff e o primeiro-ministro da China, Li Keqiang, oficializaram a liberação da venda de carne bovina para o mercado chinês em solenidade no Palácio do Planalto na terça-feira.
Oito plantas de carne bovina e uma de frango poderão iniciar imediatamente a exportação para o país oriental, sendo que o governo chinês deverá autorizar em junho outras 17, quando a ministra da Agricultura do Brasil, Kátia Abreu, tem agendada visita à China.
“O acordo tem efeito imediato. Mas as empresas têm de retomar os contatos comerciais e fechar contratos”, explicou Sampaio sobre a expectativa de que os embarques sejam retomados em junho.
Os oito frigoríficos de carne bovina que têm liberação imediata para exportar para a China são cinco do grupo JBS, dois da Marfrig e um do Minerva, todas plantas que já exportavam para o país asiático antes do embargo entrar em vigor em 2012.
“Essas plantas, em 2012, exportaram para a China cerca de 17 mil toneladas. Só que isso estava num ritmo crescente até que o embargo interrompeu a exportação”, disse Sampaio ao estimar um número inicial de embarques de carne que pode sair do Brasil para a China.
A China está importando um total de 300 mil toneladas de carne bovina por ano e Sampaio acredita que o Brasil poderá competir para atender metade desta fatia no futuro.
Abertura de novos mercados
Os próximos mercados internacionais que deverão ser abertos para a carne bovina brasileira são a Arábia Saudita e os Estados Unidos.
A visita de veterinários árabes a plantas no Brasil está marcada para maio e junho e é o último passo para liberar as exportações. Já no caso dos Estados Unidos, a expectativa é de que a abertura do mercado possa ser anunciada ao final de junho durante visita da presidente Dilma Rousseff ao país, segundo Sampaio.
Com a abertura dos mercados prevista para este ano e a recuperação nos volumes de embarques para a Rússia, a Abiec espera que as vendas externas de carne bovina brasileira fechem com crescimento em 2015 em relação ao ano passado – revertendo o cenário observado até agora nos quatro primeiros meses do ano.
As exportações de carne bovina brasileira caíram 15% no primeiro quadrimestre do ano, a 426 mil toneladas, na comparação com o mesmo período do ano passado.
Apesar da queda, a Rússia voltou a elevar as compras em abril, após um período de redução diante da crise que atinge aquele país.
Nas duas primeiras semanas de maio, a Rússia importou cerca de 8,5 mil toneladas de carne bovina brasileira, segundo Sampaio, que espera que as vendas para este país fechem o mês em torno de 20 mil toneladas e acima do registrado em mesmo mês de 2014.
Fonte: Abiec / Brazil Export Magazine / Brazilian Pharma Solutions