A cana-de-açúcar é valiosa para a produção de açúcar, etanol e eletricidade, e o aproveitamento total da planta é benéfico não só para as usinas como também para o meio ambiente. Mas, e se uma modificação genética resultasse em uma variação que pode produzir biodiesel? É isso que a equipe do projeto norte-americano Rogue (sigla para Óleo Renovável Gerado com Cana-energia Ultraprodutora, em tradução livre) está se dedicando a criar: a cana-óleo.
Os primeiros estudos com a cana-óleo duraram cinco anos (entre 2012 e 2017) e conseguiram resultados que apontam para uma mudança na forma de olhar a cana-de-açúcar. O dinheiro que manteve o projeto durante este tempo veio da Agência de Projetos Avançados de Pesquisa – Energia (ARPA-E) do Departamento de Energia dos Estados Unidos (DOE).
Em 2012, a equipe de pesquisadores se lançou no desfio de produzir, por meio de cruzamentos genéticos, uma variação da cana-de-açúcar que acumulasse óleo, fosse menos suscetível a temperaturas baixas e tivesse maior eficiência fotossintética.
O aumento da eficiência fotossintética da cana-de-açúcar pode garantir que a produção do óleo não diminua o rendimento da cultura e nem reduza as defesas da planta em geral. Já o aumento da sua tolerância ao frio expande a possibilidade de áreas de plantação e amplia o tempo do cultivo.
As três características foram alcançadas. O resultado mais importante foi a obtenção de 8% de acúmulo de óleo no caule, que, de acordo com testes e estimativas, já é 4,5 vezes mais rentável do que o grão de soja na produção de biodiesel e, ainda, duas vezes mais rentável do que o milho na produção de etanol.
Com estes dados em mãos, em fevereiro de 2018, o DOE concedeu mais US$ 10,6 milhões para a Universidade de Illinois, berço do Rogue, incentivando a continuidade dos estudos na área para alcançar novos resultados – e planejar uma aplicação.
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