Empresas líderes em biotecnologia industrial juntaram-se para formar a Associação Brasileira de Biotecnologia Industrial – ABBI, com o objetivo de proporcionar um diálogo sobre os avanços da biotecnologia industrial no Brasil e apoiar seu desenvolvimento, promovendo a inovação tecnológica e a concorrência no mercado.
Os membros fundadores da ABBI são Amyris, BASF, BioChemtex, BP, Centro de Tecnologia Canavieira, Dow, DSM, DuPont, GranBio, Novozymes, Raízen e Rhodia.
A ABBI foi criada para ser um canal de comunicação entre a indústria, políticos e instituições acadêmicas no Brasil, com o objetivo de melhorar a regulamentação da biotecnologia do Brasil e atualizar a legislação em vigor, como a política de regulamentação para o etanol celulósico, por exemplo. O grupo apoia investimentos em pesquisa e desenvolvimento, capacitação, treinamento de mão de obra qualificada e técnica e infraestrutura laboratorial.
Esta associação comercial reúne empresas e instituições que desenvolvem e utilizam microrganismos e seus derivados para oferecer produtos renováveis para indústrias e consumidores no mundo inteiro. Um dos temas que certamente serão discutidos são os planos de regulamentação da ANP relativos ao etanol de segunda geração, pois até o fim do ano entram em operação as duas primeiras fábricas brasileiras de etanol de segunda geração, GranBio e Raízen.
A falta de regulamentação já prejudicou os projetos da GranBio. Sua levedura para conversão de celulose em etanol, chamada Saccharomyces cerevisiae, por ser um organismo modificado em laboratório, precisava de autorização da CTNBio (Comissão Técnica Nacional de Biossegurança), formado por representantes de diferentes ministérios.
A CTNBio levou um ano e meio para concluir que o microrganismo tem os mesmos efeitos sobre a saúde humana, animal e ao ambiente do que a levedura convencional já usada no país e autorizar o seu uso para a produção de etanol celulósico. Caso a utilização não fosse autorizada, a fábrica que contou com investimentos de R$350 milhões poderia não funcionar.
A morosidade desencoraja investimentos em inovação no país. Nos Estados Unidos, basta um registro da empresa e o órgão de regulação ambiental tem 60 dias pra responder; se não restringir ou responder, a levedura já pode ser aplicada em escala. Assim, devido a incertezas jurídicas e comerciais, mesmo que exista mercado para novas tecnologias e produtos de última geração, o empresário pode optar por não investir. Se uma nova tecnologia precisar de dois anos para ser aprovada, até a aprovação pode já estar defasada.
Fonte: MaxiQuim