Novas casas e prédios vêm sendo construídos e têm ampliado significativamente o mercado de construção civil no Brasil nos últimos anos, porém todo esse crescimento é acompanhado de pouco ou mesmo nenhum isolamento térmico incluso nas paredes.
De acordo com o Green Building Council, uma das ONGs americanas certificadoras de edificações sustentáveis, o Brasil ocupa a quarta posição no ranking mundial de construções sustentáveis, atrás dos Estados Unidos, China e Emirados Árabes. Diante deste contexto, o país seguiria uma tendência mundial de desenvolvimento tecnológico em busca de produtos que tenham foco em sustentabilidade, agregando a eles melhor custo-benefício, eficiência térmica/energética e reciclabilidade.
No entanto, diferentemente de outros países, não há uma obrigatoriedade de isolamento térmico ou acústico nas construções no Brasil. E a batalha dos representantes da indústria de plásticos para se obter uma lei que imponha o uso de PS expansível, a matéria-prima para o poliestireno expandido (EPS), em novas construções tem sido difícil, apesar da economia de energia e de construção que o EPS oferece.
Segundo Miguel Bahiense, o presidente da Plastivida – Instituto Sócio Ambiental dos Plásticos, quando se fala sobre a construção civil em um país em desenvolvimento como o Brasil, o governo deveria ter um papel em conjunto com a indústria para oferecer esses tipos de avanço para as pessoas. Além disso, ele afirma que o EPS já está em condições de atender à crescente demanda no Brasil e que se pode observar claramente o impacto significativo da economia obtida em projetos de construção que utilizaram o EPS.
Do ponto de vista mais técnico, a economia de energia obtida pela utilização de EPS nas construções pode chegar a 30%. O EPS se apresenta como um material leve, de boa absorção aos choques, resistente à compressão e à absorção de água, além do fácil manuseio e de permitir uma redução nos custos do projeto entre 6 e 8%, assim como redução em aproximadamente 20% do tempo previsto da construção.
O consumo de EPS no Brasil cresceu constantemente na última década, chegando às 100000 toneladas em 2013. A demanda pelo EPS também mudou drasticamente no mercado brasileiro avançando na construção civil de 36% em 2011 para 56% em 2012, superando o mercado de embalagens.
No Brasil, o consumo per capita de EPS é em torno de 0,49kg. Já no Chile, por exemplo, país com legislação que impõe a obrigatoriedade de isolamento em construções, o consumo per capita foi de 1,21kg de EPS, de acordo com dados dos maiores fabricantes de EPS no mundo. E na Alemanha, o consumo seria de 3,70 kg por habitante. Assim, evidencia-se que o Brasil tem espaço para avançar nesse segmento.
Fonte: MaxiQuim